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Conselhos para bons Intérpretes - Intérpretes Educacionais

Compartilhe essa notícia! | Data : quarta-feira, janeiro 27, 2016 | Series :
A chave do bom andamento na sala de aula com os professores do ensino regular é a comunicação. Não subentendam que os professores estão cientes de sua função, geralmente eles não sabem. E a você cabe esclarecer, pois a presença do intérprete de língua de sinais no espaço educacional é algo novo em comparação com a maioria das profissões, principalmente a dos professores. Pois, em sala de aula, a presença de um professor é altamente comum e necessária, enquanto a presença de um profissional intérprete, diga-se de passagem, ainda é um “mistério” e um incômodo, muitas vezes. Por quê? Pela falta de conhecimento da função do intérprete, seja pelo professor ou por ele mesmo.

Para um bom andamento dos trabalhos nas escolas sugerimos:

Conselho 01:

Peça à escola um momento com os professores no início do ano, se não todos, ao menos com os professores que terão alunos surdos. Explique sua função e informe que o aluno surdo é um aluno como qualquer outro, apenas tem outra língua;

Conselho 02:

Evite discutir! Normalmente as pessoas discordam ou não compreendem nossa função por simples desconhecimento, se discutirmos poderemos perder a razão, apenas informe, informe e informe;

Conselho 03

A sala de aula não é o lugar mais indicado para orientar o professor. Se estivermos discordando da metodologia adotada por ele, em relação aos alunos surdos, devemos aguardar um momento extraclasse para informarmos ao professor o que é a língua de sinais e a visualidade dos surdos. Não esqueça! A metodologia e didática são de responsabilidade do professor. Não somos professores! Apenas repassamos ao professor nosso conhecimento sobre a língua de sinais e a cultura surda, isso quando não houver professores surdos contratados na escola;

Conselho 04

Não tenha vergonha de perguntar aos professores questões referentes às disciplinas deles! Não somos formados nas áreas de ensino que os mesmo são, por isso, não temos a obrigação de saber todos os conteúdos. Sejamos humildes e peçamos um momento extra com o professor, para tirar dúvidas conceituais das disciplinas. Não possuímos atualmente um momento de estudo prévio das disciplinas, mas em alguns casos de aula prática de educação física no qual os alunos, ouvintes e surdos, se socializam muito bem, podemos tirar para estudo. O que ocorre é que, infelizmente, nem sempre os horários de estudo do intérprete batem com os dos professores regentes, assim, converse sobre esse assunto com a direção da escola, que, por se preocupar e ser responsável com a educação de todos os alunos, verá uma forma de resolver essa questão dentro da grade de horários dos envolvidos;

Conselho 05

A ética em sala de aula está entre o limite de sua participação e a sensação dos professores e dos alunos de que sem a sua presença as coisas estariam da mesma forma. Como assim? Os alunos e os professores não podem ter medo de que você contará os acontecimentos da sala de aula para outras pessoas. Como intérprete, você sabe que não deverá contar a outrem os assuntos e acontecimentos que presencia em sala de aula;


Trecho retirado do livro: Intérpretes educacionais de LIBRAS: 
orientações para prática profissional. Florianópolis, 2013.

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2 comentários

Tulis comentários
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Cris
Admin
4 de fevereiro de 2016 às 11:58

Prezado: de quem é o livro mencionado? Grata! Cris (http://interpretacaodelinguadesinais.blogspot.com.br)

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6 de fevereiro de 2016 às 20:53

O título do livro é: Intérpretes educacionais: orientações quanto à sua prática profissional”, foi elaborado pelos profissionais do Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez/CAS. Este material dá aos intérpretes de LIBRAS do estado orientações para um trabalho mais coeso e unificado. Indico.
Secretaria do Estado de Santa Catarina, 2013.
Autores: João Paulo Ampessan, Juliana Sousa Pereira Guimarães e Marcos Luchi.

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