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Logística de um Campeonato Mundial de Natação de Surdos

Compartilhe essa notícia! | Data : quinta-feira, agosto 11, 2011 | Series :

O Campeonato do Mundo de Natação para Surdos, que junta 170 atletas de 29 países até sábado, em Coimbra, implica uma logística diferente de competições para ouvintes normais, ao nível da comunicação e das condições da piscina.
A escolha do local (as piscinas municipais de Coimbra) começou a ser pensada há quatro anos, período de tempo que levou a preparar o campeonato do mundo, o primeiro evento com esta dimensão organizado pela Liga Portuguesa de Desportos para Surdos (LPDS).
"Quisemos aproveitar a oportunidade. Mas quando é uma prova direccionada para atletas ouvintes existe muito mais facilidade em organizar essas provas", disse à agência Lusa Ricardo Madaíl, presidente da LPDS.
O responsável da Liga, ele próprio surdo, destaca a atenção dada a todos os aspectos relacionados com a comunicação "como arranjar intérpretes de língua gestual para língua internacional e nacional", sustentou.
As línguas oficiais da competição são o português, inglês e a língua gestual e todas as comunicações - incluindo os resultados das provas e as cerimonias de entrega de medalhas -- são traduzidas, ao vivo e em tempo real, com recurso a intérpretes.
A nível logístico, as adaptações necessárias às condições da piscina assumem particular importância, frisa, por seu turno, o treinador da equipa nacional, Tiago Almeida, aludindo, desde logo, ao sistema de luzes instalado junto a cada um dos blocos de partida e que permite ao nadador saber quando se lançar à água.
"Cada bloco tem uma luz, o atleta segue as luzes vermelhas, amarelas e verdes para fazer a sua preparação e a partida", explicou.
Adiantou que a adaptação, que funciona em conjunto com o normal sinal sonoro, destinado ao público ouvinte, "foi feita especificamente" para o campeonato do mundo de natação para surdos e que a piscina de Coimbra "é a única" em Portugal que, actualmente, possui um sistema deste tipo.
O momento da partida "é de concentração máxima" e obriga a outra regra: o movimento de pessoas -- juízes, árbitros, pessoal técnico e outros -- é proibido em redor da piscina, na altura em que os nadadores se preparam para se lançarem à água, para evitar que possam desviar a sua atenção do sistema luminoso.
Nas provas, mas também durante o treino dos atletas, existem ainda preocupações específicas por parte de cada treinador, sustenta Tiago Almeida.
"Nos surdos a necessidade de adaptação é a nível sonoro e dos sinais que o treinador tem de fazer para que os atletas percebam o que quer dizer. O treinador tem de conseguir acompanhar o atleta ao longo da piscina, e os sinais visuais são fundamentais", frisou. 

Fonte: O JOGO

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