Mariane Stumpf
IDENTIFICAÇÃO:
Cidade: Florianópolis
Estado: Santa Catarina
País: Brasil
Formação: Doutora de Informática na Educação
Profissão: Professora Adjunta
Local de Trabalho: Universidade Federal de Santa Catariana – UFSC
Locais de Estudo: Universidade Federal de Rio Grande do Sul
Contatos: Coordenação do Curso de Letras Libras da UFSC
Nasceu surda? Pode contar um pouco como foi sua infância, adolescência e juventude?
Em quais escolas e universidades estudou?
Desde quando usa a Língua Brasileira de Sinais (Libras)?
Como se comunica com familiares, amigos e o público em geral?
O que a Libras significa para você?
Pode contar um pouco sobre o seu trabalho?
Quais são seus novos projetos?
O que você faz para se divertir ou se distrair?
Quais são seus planos para o futuro?
Você é uma pessoa feliz? Por quê?
MARIANNE E A SIGNWRITING:
Vamos, então ao capítulo do SignWriting no Brasil. No ano de 1996, a PUC do RS em Porto Alegre através do Dr. Antonio Carlos da Rocha Costa descobriu o SignWriting enquanto sistema escrito de sinais usado através do computador. A partir disso, SignWriting começou a tomar forma no Brasil. O Dr. Rocha formou um grupo de trabalho envolvendo especialmente a Prof. Marianne Stumpf e a Prof. Marcia Borba. Marianne é surda, professora na área de computação na Escola Especial Concórdia. Atualmente, ela está trabalhando com o SignWriting em algumas turmas. A Escola Especial Concórdia tem apoiado o desenvolvimento do SignWriting, pois tem considerado ser uma forma de escrever a língua de sinais. Marcia tem se envolvido com a parte de pesquisa relacionada à computação. Tive oportunidade de contatar Leonardo Mahler, um de seus alunos, que está desenvolvendo um softer juntamente com um grupo para acessar o dicionário do SignWriting. Temos certeza que do Departamento de Informática da PUC do RS teremos bons frutos do desenvolvimento desse sistema escrito no Brasil. O Dr. Rocha continua apoiando esse processo com muita dedicação.O projeto de alfabetização está se constituindo a partir de contato estabelecido com Valerie Sutton durante minha estada nos Estados Unidos. Enquanto pesquisava a estrutura da língua brasileira de sinais - LIBRAS - e estudava as teorias que serviriam de base para minha tese, mantive contato intenso com Valerie Sutton discutindo sobre as formas de expressar a escrita e possibilidades de ter seu apoio no desenvolvimento do projeto para o Brasil. Valerie sempre foi bastante prestativa e eficiente. Ela gentilmente aceitou dar o suporte que necessitamos. Atualmente, estamos trabalhando na produção de estórias e na composição do dicionário bilíngüe, ou seja, sinal na LIBRAS e palavra em português. Esse é um trabalho interminável, pois quantidade é muito importante, além da qualidade, é claro. Tenho certeza que aos poucos teremos mais e mais escritores para colaborar neste processo e esperamos contar com suporte financeiro no Brasil para obtermos recursos para produção da estórias. Essa etapa é muito importante, pois a escrita se torna viva quando ela realmente existe. Quando os autores dessa escrita começam a produzir textos e a ler outros textos, essa escrita se torna algo significativo e passa a desempenhar um papel no processo de aquisição da escrita.
No Brasil, temos boas perspectivas de dar continuidade a esse processo, uma vez que algumas escolas começam a se interessar e buscar conhecer tal sistema. A Escola Especial Concórdia de Porto Alegre e a Escola Hellen Keller de Caxias do Sul/RS já começaram a aprender como escrever a LIBRAS. Esse é um passo que tende a ser trilhado por muitas outras escolas. Instituto Nacional de Educação de Surdos no Rio de Janeiro e algumas escolas em São Paulo começam a se interessar por SignWriting. A Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos demosntra curiosidade. Esse é o processo!!
Tenho mantido contato com a Dr. Eulália Fernandez da UERJ e com a Dr. Regina Maria de Souza da UNICAMP sobre educação de surdos, comunidade surda e alfabetização. Nestes contatos, temos conversado sobre a possibilidade de implementação do projeto de alfabetização com o SignWriting e temos algumas luzes dispontando no caminho.
O Projeto de Alfabetização é uma porta para a aquisição da escrita da LIBRAS que servirá de suporte para um processo de aquisição do português escrito.
Vídeo com Marianne:
Resposta a essa publicação:
Fontes: http://editora-arara-azul.com.br/novoeaa/revista/?p=544
http://www.signwriting.org/library/history/hist010.html