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Dúvidas sobre a inclusão de alunos surdos???

Compartilhe essa notícia! | Data : terça-feira, junho 28, 2011 | Series :
A Revista Escola responde a cinco dúvidas comuns sobre os programas governamentais e a oferta de materiais de apoio para incluir os alunos com deficiência auditiva nas turmas regulares.

Toda escola deve ter um intérprete de Libras?
Qualquer escola que tiver alunos com deficiência auditiva nas classes regulares tem o direito a um intérprete de Libras. Caso você tenha apenas um aluno surdo matriculado, procure outras escolas da região e monte um pequeno grupo de estudantes que possam receber o atendimento de um profissional no contraturno. Isso facilita o trabalho das Secretarias de Educação, que cadastram intérpretes anualmente, mas ainda não conseguem atender à procura das instituições de ensino.

Outro profissional importante nesse processo é o instrutor surdo – um profissional com deficiência auditiva que atua na escola e ensina a língua de sinais para os alunos surdos e, eventualmente, para os ouvintes também.

Como esses intérpretes são formados?

Quase 700 cursos superiores em Pedagogia, mais de 50 cursos de Fonoaudiologia e cerca de 400 cursos de Letras oferecem disciplinas de Libras em suas grades curriculares. Mas, para ser um intérprete oficialmente cadastrado é preciso passar pelo programa nacional de certificação de intérpretes, o Prolibras, coordenado pelo MEC.

O Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) abre uma chamada pública para recrutar instituições públicas de ensino superior que possam aplicar o exame de proficiência em Libras aos interessados. Nos últimos anos, a instituição responsável é a Universidade de Santa Catarina. A partir de 2011, o Prolibras deve ser executado pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).

A prova prática de proficiência engloba uma apresentação pessoal do candidato em Libras e outra apresentação a respeito de um tema determinado pela comissão de avaliação. O candidato também precisa mostrar como executaria um plano de aula entregue pelos avaliadores, detalhando as estratégias, a metodologia e os recursos didáticos empregados.

Todos são avaliados sob dois aspectos principais: a fluência em Libras e a competência metodológica para que este intérprete também saiba ensinar a língua de sinais a outras pessoas.

Há, também, os cursos oferecidos por entidades do terceiro setor e os realizados à distância, que não são contabilizados pelo Censo Escolar.

  Como os gestores devem proceder para ter um intérprete na escola?

O gestor que recebe uma matrícula de um aluno com deficiência auditiva deve imediatamente procurar a Secretaria de Educação do Estado ou do Município, fazer um cadastro e comunicar as necessidades específicas daquele aluno. Com base nisso, os governos podem planejar melhor a distribuição de recursos dentro da rede.

Vale lembrar que todos os estados possuem os Centros de Capacitação dos Profissionais de Educação e de Apoio às Pessoas com Surdez (CAS), vinculados às Secretarias Estaduais de Educação. Esses Centros são encarregados pela realização de cursos de formação na área e são financiados com recursos do MEC e das Secretarias.

  O que fazer quando a escola não possui intérpretes?

O primeiro passo é entrar em contato com as Secretarias de Educação para solicitar um intérprete e verificar quais os cursos disponíveis para a formação dos professores. Caso a escola ainda não tenha uma sala de recursos multidisciplinar, também é possível fazer esta solicitação através do Programa Escola Acessível, do Ministério da Educação, pelos telefones (61) 2104 -9258 e             (61) 2104-8651      .

O MEC também disponibiliza materiais de apoio e recursos didáticos para as escolas, que podem ajudar os professores não-intérpretes a flexibilizar as atividades para melhor atender aos alunos com deficiência auditiva. Mas, vale lembrar que a presença do intérprete é fundamental para garantir o avanço desses estudantes. Uma sugestão é reunir alunos com deficiência auditiva de diferentes escolas de uma região em um mesmo espaço no contraturno, para que sejam assistidos por um intérprete e um instrutor surdo.

Como é possível conseguir os materiais de apoio ao Atendimento Educacional Especializado?

Os estados, por meio das Secretarias de Educação, apresentam à Secretaria de Educação Especial do MEC planos de trabalho com os cursos de formação que desejam oferecer aos profissionais que trabalham no AEE da rede, o número de vagas que podem ser ofertadas, assim como uma listagem dos materiais que desejam encaminhar para as escolas. Assim, o Ministério pode distribuir da forma mais adequada possível os recursos financeiros disponíveis e os materiais didáticos e pedagógicos em formatos acessíveis (Libras).

Também é possível obter recursos do Fundeb para financiar o AEE, mas a administração desse financiamento fica a cargo da rede de ensino. Livros didáticos, DVDs literários e dicionários trilíngues (Libras/Português/Inglês) são disponibilizados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), através dos Programas Nacionais do Livro e enviados automaticamente para as escolas públicas com alunos surdos matriculados.

Mas quem é Lília Campos?
Logo assim de cara fiquei impresionado, não sei se pela raridade na área médica e em outras áreas, mas ela é uma PSICÓLOGA BILÍNGUE (Português/LIBRAS), me deixou assim pensativo, como seria bom se todas as áreas tivesse mais desses profissionais gabaritados. Pois é, ela ainda deixa no perfil  uma descrição recheada de experiência :
"Psicóloga Bilíngue (Português/Libras), também fluente em inglês e espanhol, 30 anos. Casada com Marcio, surdo bilateral profundo, primeiro do nordeste a chegar ao doutorado. FORMAÇÃO: Psicologia-Universidade de Fortaleza – UNIFOR. NVQ Awards In Health And Social Care. Especializações em Educação Especial e em Docência do Ensino Superior. Mestrado e Doutorado em Ciências da Educação. De 2005 a 2006, fiz trabalho voluntário em Wales (País de Gales) dando suporte aos estudantes (PNEEs) da comunidade onde trabalhava (Coleg Elidyr) e lá comecei minha trajetória na Educação Especial. Fui Psicóloga do Instituto Cearense de Educação de Surdos de 2007 a 2010, dando suporte às mães, alunos e até profissionais. Atualmente sou Psicóloga do Centro de Referência em Educação e Atendimento Especializado do Estado do Ceará (CREAECE), atuando na área de educação, onde dou suporte às crianças e adolescentes surdos, com deficiência intelectual e/ou distúrbios de aprendizagem. Ultimamente meu marido e eu temos ministrado palestras e disciplinas ligados à educação especial e surdez divulgando não apenas nosso trabalho, como também a Educação Especial como um todo."
Interessante, não?!
Parabéns Lília Campos, que seja referência para outros profissionais.

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1 comentários:

Tulis comentários
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29 de junho de 2011 às 23:38

Aqui resposta de Lília campos no blog dela:
Lília Campos disse...

olá paulo henrique,
que bom que gostou do post
tudo que está aqui no blog PODE e DEVE ser publicado e reproduzido sim! até pq muitos desses textos e arquivos foram resultados de pesquisas pessoais, de meu marido Marcio e de amigos nossos justamente no intuito de divulgar a educação especial como um todo.
apenas não deixa de fornecer as fontes, pois servem de pesquisa para outras pessoas também...
espero que possamos trocar muitas figurinhas!!!
abraços

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