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Alunos surdos querem salas exclusivas

Compartilhe essa notícia! | Data : segunda-feira, junho 27, 2011 | Series :
Nossa! Disse eu. Quando eu vi salas EXCLUSIVAS. O termo que está em voga é o contrário desta. Mas devemos analisar as peculiaridade de cada deficiência, que na minha opinião não tem nada de deficientes, os surdos, e sim eficientes. E em muitos eventos ditos para inclusão, não vemos pessoas que vivem essa realidade, na maioria pessoas 'normais' ditando uma maneira que acha correta para os deficientes em modo geral. Que estranho, não? Mas nada mais justo do que as pessoas com deficientes ter sua voz ouvida, seus sinais compreendidos. Bem, aqui posto uma realidade da inclusão no ponto de vista dos alunos surdos do ensino médio de Brasília, retirados dos blog  IMPACTO DA PEDAGOGIA MODERNA, ao longo do texto irei colocar minhas considerações na cor vermelha.

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Alunos portadores de deficiência visual e/ou auditiva sem adequação didática otimizada, não conseguem acompanhar as aulas, assimilar os conteúdos em tempo real e apontam a insuficiência que a Língua Brasileira de Sinais (Libras), o sistema Braille, os intérpretes, e mesmo a falta de preparação dos professores como as maiores falhas e pedem salas exclusivas. (Essa é uma realidade do nosso Brasil, não é algo focado nesse itens citados. O Brasil ainda investe muito pouco em educação, imaginem em educação especial.)
São alunos sem déficits cognitivos, em níveis educacionais avançados, que estão sendo penalizados por estarem em salas inclusivas que não favorecem o entendimento dos conteúdos de todas as matérias. Os obstáculos começam com Libras que não possuem símbolos para traduzir conceitos científicos. Em História, por exemplo, não tem sinal para “feudalismo”, “ditadura”, “revolução”... Alguns apontam biologia e filosofia com algumas das disciplinas que apresentam maiores dificuldades de entendimento por falta da simbologia da Língua de Sinais. (Colocação pertinente! A LIBRAS não ter sinais para tais palavras, porque não os surdos que entenderam o conceito criar esses sinais? Se não há, porque não criar, o que importa é que haja comunicação, Revolução e ditadura tem sinal e recentemente aprendi Idade média que pode muito bem ser utilizado para feudalismo.) Mesmo através do intérprete, a dificuldade permanece, pois a comunicação dos professores é muito rápida, aponta o aluno Marco Aurélio Belloti (17 anos), DA, em entrevista ao jornal “Correio Brasiliense” edição de 22/06/2011: “Inclusão é muito legal, mas o ouvinte consegue responder o professor em tempo hábil, assim que ele coloca a questão, mas a gente depende do intérprete. Então a comunicação deles é mais rápida e a gente não consegue acompanhar... e aí o professor já passou para outro assunto”
Mesmo com a ajuda do intérprete, devido ás falhas da Libras por não haver várias simbologias, o intérprete vai precisar soletrar o conceito, isso demanda tempo e descompensa a fala do professor e a assimilação dos alunos. (Ops! Falhas da LIBRAS? Será? A LIBRAS tem toda uma estrutura que podemos expressar várias coisas, assim como qualquer lingua, talvez o desconhecimento dos sinais, falta de pesquisa seja o real fator do que ser uma falha da LIBRAS. Não possuir sinal é comum, isso chamamos de catacrese pegamos empréstimos.) A situação, sob o ponto de vista dos DAs e DVs é desesperadora e exige iniciativas que façam com que a inclusão seja avanço e não retrocesso na vida acadêmica dos portadores de necessidades educacionais especiais.
A língua brasileira de sinais (LIBRAS) é a língua de sinais usada pela maioria dos surdos dos centros urbanos brasileiros e reconhecida pela Lei. É derivado tanto de uma língua de sinais autóctone quanto da língua gestual francesa; por isso, é semelhante a outras línguas de sinais da Europa e da América. A LIBRAS não é a simples gestualização da língua portuguesa, e sim uma língua à parte, como comprova o fato de que em Portugal usa-se uma língua de sinais diferente, a língua gestual portuguesa (LGP).
Assim como as diversas línguas naturais e humanas existentes, ela é composta por níveis linguísticos como: fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. Da mesma forma que nas línguas orais-auditivas existem palavras, nas línguas de sinais também existem itens lexicais, que recebem o nome de sinais. A diferença é sua modalidade de articulação, a saber, visual-espacial, ou cinésico-visual, para outros. Assim sendo, para se comunicar em Libras, não basta apenas conhecer sinais. É necessário conhecer a sua gramática para combinar as frases, estabelecendo comunicação. Os sinais surgem da combinação de configurações de mão, movimentos e de pontos de articulação — locais no espaço ou no corpo onde os sinais são feitos, os quais, juntos compõem as unidades básicas dessa língua. Assim, a Libras se apresenta como um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Como qualquer língua, também existem diferenças regionais, portanto deve-se ter atenção às variações praticadas em cada unidade da Federação.
A Libras foi oficializada somente em 2002, como meio legal de comunicação, forma de comunicação e expressão com sistema linguístico de natureza visual-motora com estrutura gramatical própria para surdos, o que já constituiu um avanço, pois antes a aprendizagem da língua portuguesa para surdos acontecia sem referências sonoras. Agora é preciso que seja revista em suas falhas e complementada.
Os intérpretes também percebem as dificuldades destes alunos, se desdobram para ajuda-los, mas compreendem que é muito difícil, pelas falhas da Libras com vocabulário limitado, e lembram que mesmo sabendo ler o que o professor escreve, há que estar entendo o contexto, portanto são muitas as falhas. (Palavras grifadas por mim, e percebo que falta pesquisa em torno do assunto. Não me convence que LIBRAS tem falhas, é como dizer que o PORTUGUÊS tem falhas, que o INGLÊS tem falhas, e mais tantas outras línguas, mas é um ótimo tema, para o novo post.)
A Educação Especial é taxativa: todas as crianças e jovens com necessidades especiais devem estudar na escola regular. Desaparecem, portanto, as escolas e classes segregadas. O atendimento especializado continua existindo apenas no turno oposto. É o que define o Decreto 6.571, de setembro de 2008. O texto não acaba com as instituições especializadas no ensino dos que têm deficiência. Em lugar de substituir, elas passam a auxiliar a escola regular, firmando parcerias para oferecer atendimento especializado no contra turno (salas de recursos). Ensinar os conteúdos das disciplinas passa a ser tarefa do ensino regular, e o profissional da Educação Especial fica na sala de recursos para dar apoio com estratégias e recursos que facilitem a aprendizagem.


Porém a inclusão não consiste apenas acabar com a segregação, a escola precisa atender aos diferentes níveis de acessibilidade do aluno na rede escolar, inclusive a adequação necessária ao seu letramento: acessibilidade á metodologia, dentre outras. Caso contrário o aluno, sem conseguir aprender ficará “segregado” na própria sala de aula.(Boa. Concordo.) É o que está acontecendo aos alunos com deficiência auditiva do Centro de Ensino Médio Elefante Branco.
“Sabe-se que esse momento da inclusão é um “momento de transição”, mas é preciso estar atento para que os alunos que estão vivendo esta transição não sejam onerados em seus direitos e condições de aprender: "tratar com igualdade nem sempre é oferecer condições iguais para todos, mas ter a percepção da diversidade e saber adequar á realidade, á cada um de acordo com sua necessidade”
Os alunos ao reivindicar salas exclusivas esclarecem que nestas salas, professores e alunos passam pelo intérprete “o desenvolvimento em turmas diferentes é muito mais rápido, porque o professor tem que passar pelo intérprete e os ritmos são diferentes”, diz o aluno Wellington Edmundo Gonçalves, 21 anos.

Os comentários são frutos de minha visão sobre o assunto, de maneira alguma são as verdades infalíveis, pelo contrário, com sua ajuda posso compreender mais. Critique dê sua opinião.

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2 comentários

Tulis comentários
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27 de junho de 2011 às 10:13

Paulo, meu espanto ante ao desejo do alunos Das e DVs do CEMEB - Ensino Médio de Brasília, de voltarem ás salas exclusivas, não foi menor do que o seu. As maiores dificuldades encontradas na Libras foram em ciências - química. Falta simbologia. Estão se sentido prejudicados. Mas disso tudo resultou o era preciso: professores pesquisadores da UnB- Universidade de Brasilia - ligados á Educação Especial, Lingua Portugesa, Faculdade de Química, elaboraram um projeto (durante 8 anos) com adequações tanto em braille quanto em Libras, inédito, e excelente com fins de ajudar alunos e professores. Aguarde vou postar esta semana.(http://impactodapedagogiamoderna.blogspot.com/). Excelente seu espaço. Parabéns! Júlia

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28 de junho de 2011 às 09:42

Paulo,diante do que li,percebi que para alguns ainda,a Libras é complexidade.Fico triste quando vejo que,por falta de embasamento teórico no assunto,pessoas não conseguem distinguir que tudo é processual e progressivo no campo da Libras.Sabemos,como você mesmo mencionou,que caso não há sinal,a comunidade surda pode criar,ou até mesmo caso ainda não tenha encontrado através de estudos e pesquisas,pode haver o empréstimo.Tudo isso voltado no objetivo de haver a comunicação, a aprendizagem do aluno surdo inserido na escola.Dai pergunto:Onde está a Associação de Surdos,os Grupos de Estudos,as Salas Multifuncionais,enfim locais estes em que estes surdos poderiam está se desenvolvendo mais ainda com a ajuda do intérprete educacional,professores com fluência em Libras,todos na busca incessante do surdo se desenvolver.
Abraço amigo
Ana Silvia Caxilé
(Especialista em Educação Especial,intérprete e profa. das Salas Multifuncionais)

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