Há quem olhe com maus olhos projetos sociais, há quem sinta receio em trabalhar com pessoas carentes, há quem não dar a mínima, há aqueles que apenas ocupam espaço, porém há aqueles que se engajam e que se apaixona e com garra fazem olhos brilharem diante nova perspectiva de vida, um novo horizonte.
Hoje estive participando do projeto PROJOVEM ADOLESCENTE*, um projeto do Ministério do Desenvolvimento Social, que tem como foco o fortalecimento da convivência familiar e comunitária, cujo público alvo é, na sua maioria, jovens de famílias beneficiárias do Bolsa Família e estendendo-se a jovens em situação de risco pessoal e social.
Mas o que me comoveu foi o local do primeiro encontro: no Projeto ABC*, projeto o qual participei na minha adolescência, eu fiquei nostálgico e reflexivo, lembrando o quanto aprendi ali naquele projeto, nas oficinas de teatro, da fantasias que eu usava pra me tornar diversos personagens, no equilíbrio nas pernas de paus, na capoeira, arte da ginga, ginga bonita. Aula de artes haja paciência, aula de música nem se fala, fomos destaques no Diário do Nordeste*, com as famosas rabecas, e o Batuque, primeira geração, ensaios e mais ensaios naquele pátio ao céu aberto, dei bons risos sozinho pensando nisso, acredite. Momentos de crescimento, e fiquei feliz pela oportunidade de ter participado do “ABC”, e eu olhava em minha volta, novas crianças, novas histórias, talvez redigidas com muitas dificuldades, contextos tristes, mas estavam ali, tendo a mesma oportunidade.
Os projetos sociais nascem do desejo de mudar uma realidade. Os projetos são pontes entre o desejo e a realidade, são espaços permanentes de negociação entre nossas utopias pessoais e coletivas – o desejo de mudar as coisas –, e as possibilidades concretas que temos para realizar estas mudanças – a realidade.
Parabéns, a todos que amam, que se dedicam, e que consciente ou inconscientemente, marcam vidas ou melhor projetam vidas.
