quarta-feira

LIBRAS, língua, empenho e vitória.

Compartilhe essa notícia! | Data : quarta-feira, março 23, 2011 | Series :
 
Um dia me perguntaram porque me tornei um educador,  voltei  com um a simples pergunta: você se lembra das suas primeiras professoras do jardim de infância? Daquelas que chamamos de tia? Sim, lembro. Como eram elas? Ah, eram fantásticas a tia Francisca paciente feito ela, a Tia Toinha, Tia Rute, a Tia Terezinha, rapaz com eu era traquino, ela chamava sempre minha atenção, muita saudades daquele tempo, mas o que tem isso haver com a pergunta que te fiz, me indagou. Eu respondi: Todas elas marcaram sua história, contribuíram para que você se construísse como hoje o é, e você jamais as esquecerão. Quero ser assim, auxiliador da construção humana, quero marcar histórias, quero ser lembrado com amor, quero batalhar por algo valioso, por algo eu não tem preço: A construção do ser humano.
Continuando nossa conversa caro leitor, é algo quem não tem preço mesmo, e não é merchandise da master card não!  Você batalhar e ver seu trabalho crescer, mesmo sabendo que não somos merecedores  de todos os crédito mas em saber que você contribuiu para que acontecesse essa vitória, é um sentimento regozijante.
O trabalho com surdos em Itapajé iniciou em 2005, com um curso oferecido pela gestão da época, o qual participei e até hoje me encontro fascinado por esse mundo da língua de sinais(LS). Desde então, eu busco, pesquiso afim de me tornar um conhecedor e um efetivo defensor da causa, e principalmente repassando esse conhecimento, houve pessoas que a primeira vista se aproximou, aprendeu LS e depois seguiu um caminho diferente, outro se aproximaram com mais afinco de dedicaram e hoje conquistam seu espaço, e me sinto feliz por isso, tanto em ter participado do processo de aprendizado quando pelos objetivos afins que possuímos de sermos canais de comunicação para os surdos.
Nonata, minha amiga, está nesse caminho virtuoso, fico muito feliz pelo seu desempenho, seu esforço e pelo seu chamado. Hoje participei da missa e encontrei ela interpretando, e os surdos atentos à ela. Não contive-me e tirei algumas fotos.

-ENTREVISTA COM NONATA.-

PAULO HENRIQUE: Como você ingressou no mundo da lingua de sinais?
NONATA:  Eu conheci a LIBRAS em 2009, em um estudo sobre surdez lá na Escola Monsenhor Catão, depois disso comecei a praticar, esse é o segredo, praticando sempre. Em 2010, como não tinha trabalho na época, eu decidir ir para o CAPEDI como voluntária pois seria uma  forma de desenvolver na LIBRAS, ajudar a instituição no que precisava, eu fui me apaixonando pelos surdos, pela vida deles, pelas famílias, isso me impulsionou a querer aprender mais profundamente a lingua de sinais. Um fato interessante que ocorreu lá no CAPEDI que marcou minha vida foi que um dia eu fiquei com um garotinho surdo, de nome Gabriel, e estava lá brincando com ele, e estava havendo uma construção em um local perto e eles utilizavam bombas que fazia um barulho enorme, de repente veio o barulho da explosão, o Gabriel ouviu o barulho e ficou olhando pras serras, ficou com muito medo, eu percebi isso no olhar dele, ficou compenetrado, e me deu uma vontade enorme de abraça-lo, de dar segurança naquele momento pertubador. Percebi ali naquele momento, o fluir de um sentimento humano: o medo. Eu pensei: Se fluiu esse sentimento, com certeza poderá fluir outros como o amor, a esperança, ele é um ser humano. Depois daquele dia sair decidida em estudar, pesquisar, e até mesmo sofrer por essa causa, a cada dia,  a cada oração, é pra isso que eu me abasteço de Deus.

PAULO HENRIQUE: Qual é o seu sentimento em está interpretando na igreja?
NONATA: É um sentimento de realização. Eu sei que falta muito, estou longe de ser 100% , quero aprender mais, me doar mais, o que eu poder fazer vou fazer, pois ali é meu prazer, me realiza.

PAULO HENRIQUE: Quais seus planos futuros?
NONATA: Queria fundar um grupo de surdos ou ajudar a formar uma Pastoral dos Surdos para que a evangelização se torne mais firme, queria que surgissem outras pessoas pra não só depender de mim, antes existe só o Paulo Henrique da LIBRAS (risos), com muito esforço e dedicação estou conquistando meu espaço sou a Nonata da LIBRAS (risos) na religião claro, pois há diferença nos ambientes de interpretação, mas assim como eu conseguir crescer, outras pessoas podem também, eu sempre falo para as pessoas que estão começando, não tenham medo de errar, eu errei bastante, eu comecei praticando, conversando em LIBRAS, errando e errando muito mesmo, mas devemos ser abertos e humildes para sempre aprender.

PAULO HENRIQUE: Deixe uma mensagem para os leitores.
NONATA: Os surdos são pessoas normais, já presenciei a ignorância de pessoas com atitudes preconceituosas em relação aos surdos, até na missa mesmo, mas assim como os ouvintes eles necessitam de Deus e tem direito de conhece-lo, estou ali interpretando mas não há glória para mim mas sim somente a Deus. Vamos acabar com o preconceito, vamos nos abastecer de Deus e nos tornar úteis para seu reino.

PAULO HENRIQUE: Nonata parabéns! O Senhor de abençoe e te ilumine nessa caminhada e no que precisar estamos aí.
NONATA: Agradeço pelo o apoio e pela divulgação do trabalho que o Senhor me imcubiu. Obrigada.


-FIM-


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1 comentários:

Tulis comentários
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Anônimo
Admin
10 de abril de 2011 às 15:05

Fico feliz quando uma pessoa se interessa em ajudar,em dá acessibilidade aqueles que necessitam...olha Nonata estou aqui para te dizer que vá nesta força,e com muita humildade que sempre terás êxito em tuas conquistas!!!bjs ANA SÍLVIA CAXILÉ

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